Qual será o teu futuro criança,
tu que levas um garrafão de óleo numa mão e o leite na outra,
tu que vais vestida de sevilhana,
neste dia tão frio?
Viverás a intensidade da angústia que eu vivo?
Experimentarás a dormência da tua existência?
Vivendo só por viver,
levantando-te diariamente só porque assim tem de ser,
comendo porque faz parte,
trabalhando porque não tens outro remédio?
Andarás como um cão vadio por estas ruas,
sem saberes para onde vais,
com o frio de uma existência sem sentido,
com a fome de um amor intenso,
com a sede de te sentires viva?
Quem serás tu criança?
Voltar-nos-emos a ver menina sevilhana?
Sem comentários:
Enviar um comentário